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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Como acontece?

No que respeita à mulher, o tratamento de ICSI é absolutamente idêntico ao tratamento de FIV. Para a execução desta técnica exige-se uma prévia estimulação ovárica (ovariana) através de medicamentos adequados (gonadotrofinas, como é ocaso de LH e FSH) e acompanhamento médico regular (exames de ultra-som transvaginal e dosagens hormonais seriados), de forma a controlar os efeitos dessa estimulação e definir o melhor dia para a coleta dos ovócitos.

Cerca de 34 - 36 horas antes dessa coleta (ou captação) é administrada uma injeção de gonadotrofina coriónica (um tipo de hormônio produzido pela placenta) que provoca a maturação oocitária, vindo a permitir a sua captação por aspiração através de uma agulha especial. Essa captação é realizada com a ajuda do ultra-som transvaginal, que auxilia o médico a guiar a agulha em direção aos folículos ovarianos (pequenas bolhas de líquido situadas dentro de cada ovário e que contêm os ovócitos) durante o procedimento.

Os ovócitos assim obtidos são encaminhados ao laboratório de embriologia, anexo à sala de coleta, onde serão classificados e ambientados em um meio de cultura especial, sob condições de temperatura e pressão constantes (estufas especiais). Depois de 2 a 4 horas de ambientação numa estufa especial, os oócitos estarão prontos para a fertilização.

Para o homem, a preparação é um pouco maior. Os espermatozóides, são obtidos após uma coleta por masturbação, sendo normalmente sujeitos a um tratamento prévio, em meio de cultura especial, para que sejam escolhidos os melhores em termos de motilidade e forma dado que, frequentemente, é necessário realizar espermogramas adicionais prévios. Com base no resultado deste novo espermograma, o laboratório determinará se é possível realizar um tratamento de FIV “convencional” ou se será necessário agendar um tratamento de ICSI.

Em determinados casos, poderá ser necessária uma análise ao sangue para realização de testes genéticos. Os homens que apresentam menos de um milhão de espermatozóides móveis por ejaculado são submetidos a um exame para detecção de defeitos hereditários que afectem a fertilidade. Este exame é realizado porque o defeito pode ser novamente transmitido para os descendentes do sexo masculino através da ICSI. Caso seja detectado um defeito, é marcada uma consulta de aconselhamento genético.

 O regime farmacológico num tratamento de ICSI é idêntico ao de um “convencional” e as ecografias para acompanhamento do crescimento dos folículos e a punção folicular são realizadas da mesma forma. Na ICSI, o técnico de laboratório escolhe um espermatozóide viável para cada óvulo. Com auxílio de um microscópio este espermatozóide é aspirado para uma fina agulha de vidro e é injetado num dos óvulos.

O processo de injeção em si demora menos de 30 segundos, sendo repetido para todos os óvulos recolhidos que aparentemente estejam maduros e não apresentem anomalias. Menos de um minuto depois de a agulha ser retirada, o óvulo recupera a sua forma original.

No prazo de 18 horas, o embriologista poderá determinar se ocorreu ou não a fertilização. Já sabemos que após a fecundação (fertilização) forma-se o zigoto. A partir desse momento inicia-se a divisão celular para a formação do que denominamos pré-embrião. Assim, 24 horas (1 dia) depois da fertilização teremos pré-embriões com 2 células, após 48 horas (2 dias) teremos 4 células, após 72 horas (3 dias) teremos 8 células e assim por diante, numa divisão celular (clivagem) em progressão geométrica.

Ocorrendo essa fertilização, a transferência é efetuada da mesma forma que no tratamento de FIV “convencional”. A transferência desses pré-embriões para a cavidade uterina é então efetuada através de um fino tubo de plástico especial (catéter), após 2 a 5 dias da coleta dos oócitos. Assim, cerca de 10 a 12 dias após a transferência, fazemos o exame de sangue (dosagem de beta-hCG) na mulher, para identificarmos se a gravidez está presente.



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